Arquivo pessoal
Ele é dos cachorros. Ela, dos gatos. Ele, mais expansivo. Ela, só observa. O casal Rapha Aleixo e Any Corrêa é de paz. “A gente não briga,”, diz ela. Mas quem resiste ao clichê do “vivem como cão-e-gato”? Para isso, Any se diverte: “somos como cão e gato adestrados”. A resposta bem-humorada tem a ver com a trajetória profissional dos dois. É que embora tenham se formado em áreas diferentes (ele, publicidade, e ela, nutrição), seguiram caminhos paralelos na carreira carregados pela conexão com os bichos.
De cara, ninguém diria que Rapha e Any tinham tanto em comum. Eles se conheceram – pasmem – na balada! E naquele momento, 8 anos atrás, o amor pelos animais não era uma característica tão forte na identidade de cada um, pelo menos, não aos olhos dos amigos que os apresentaram. Entre namoro, casamento, gatos e cachorros andando pela casa, algo incomum: os dois estavam infelizes na vida profissional.
O primeiro a virar a mesa foi Aleixo. Já tinha tentado trabalhos na publicidade, teve loja de roupas, mas nada o animava realmente. “Meu coração não cantava”, lembra Aleixo. Um dia viu um passeador de cachorros e pensou que ali poderia ser o início de um negócio. Largou tudo. Os pais disseram que ele era louco. “A Any foi a pessoa que mais me deu força. Sem ela nada disso teria acontecido”.
Cursos e algumas tentativas mais tarde, Rapha Aleixo achou seu lugar ao sol. Finalmente entusiasmado, começou a ajudar pessoas que tinham problemas de relacionamento dentro de casa… com cães. As principais reclamações são: xixi e coco no lugar errado, excesso de latidos, excesso de pulos, brincadeira de mordida e dificuldade no passeio. Estabelecido, a demanda aumentou. E as dúvidas vinham também sobre gatos. Ele não sabia quem indicar. Era a hora de Any transformar a vida profissional. Aí foi ele quem a incentivou. “Eu disse: o que aparecer eu mando pra você”. Any – como um gato – se esquivou, mas não por muito tempo.
Já sabia que na nutrição não era feliz, que na família dela era comum resgatar animais de rua, bastou participar de um mutirão de castração para se engraçar com a possibilidade. “Apareciam gatos agressivos e rolava não ter medo”, recorda. Lá foi Any fazer curso de auxiliar veterinária e participar de toda palestra que aparecia sobre gatos. Só tinha uma questão: encarar os clientes. “Eu tinha muita teoria e nada de prática, e ele me encorajou”, conta Any.
“Somos como cão e gato adestrados...”
Hoje, aos 31 anos de idade, cada um tem a própria empresa e muitos seguidores nas redes sociais. Na internet, tiram dúvidas e oferecem cursos on-line sobre comportamento dos animais. Apenas casos de reabilitação demandam presença física. Acreditam que cada caso resolvido é, possivelmente, um abandono a menos. "A maioria nos procura quando a situação já está no limite e a pessoa quer se desfazer do animal”, diz Any.
Tão desafiador quanto recompensador. Segundo Aleixo, ninguém mais questiona se está na profissão certa: “É esse amor que faz nosso coração cantar, hoje somos dois malucos por animais”. Ele com os cachorros, e ela com os gatos. E em paz.
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Para conhecer o trabalho da dupla Rapha Aleixo e Any Corrêa, busque: @raphaaleixo.doglion @anycorrea.catli
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