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MARCAR ANIMAL COM FERRO QUENTE PODE ESTAR COM DIAS CONTADOS NO BRASIL

“Isso tem que acabar”, diz deputado autor de projeto de lei que proíbe procedimento

24 de outubro de 2022 23:00:00

Sabrina Pires

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Veterinária marca número 22 no rosto de bezerro. Foto: Reprodução

Veterinária marca número 22 no rosto de bezerro. Foto: Reprodução

O deputado federal Célio Studart, do PSD do Ceará, apresentou um projeto de lei no último dia 20 que pode mudar uma prática antiga de produtores rurais: a de fazer marcações para identificar os rebanhos com uso de ferro quente.


A proposta ganhou destaque após a veterinária Fernanda Paula Kajozi gravar e postar nas redes sociais o momento em que marca a ferro o rosto de um bezerro com número de campanha do presidente Jair Bolsonaro, PL. Ela será investigada por maus-tratos pelo Ministério Público do Tocantins e pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária. Com a repercussão negativa, ele apagou o vídeo e negou que o procedimento tenha motivação política.


Apesar da marcação a ferro no gado ser um procedimento antigo e com forte componente cultural, existe um movimento gradual no campo para promover bem-estar aos animais. E a tecnologia é o caminho, inclusive para conquistar mercado e consumidores mais conscientes. Fazendas de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul já implementaram com sucesso um projeto que faz a marcação a partir de brincos afixados na orelha do animal. O objeto funciona como um chip que guarda diversas informações como vacinas.


Mesmo assim o deputado acredita que uma pode acelerar a mudança. “Já não basta todo sofrimento que passam, muitas vezes de serem privados de sua liberdade, ainda têm que ser marcados a brasa”, declarou o deputado reeleito no perfil no Twitter. “Isso tem que acabar!” E continuou: “É evidente que a marcação por ferro candente — causadora de sofrimento desnecessário ao animal — pode ser substituída por outras formas de marcação que causem menos ou nenhuma dor”.


O PL 2.658 de 2022 trata de animais tidos como “de produção” e foi encaminhado à mesa Diretora da Câmera na semana passada. O deputado Célio Studart recebeu 205.106 votos — o terceiro mais bem votado do Ceará na disputa.

Animais recebem identificação mais tecnológica e com menos sofrimento. Foto: pexels

Animais recebem identificação mais tecnológica e com menos sofrimento. Foto: pexels

Animais recebem identificação mais tecnológica e com menos sofrimento. Foto: pexels

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