Veterinária marca número 22 no rosto de bezerro. Foto: Reprodução
O deputado federal Célio Studart, do PSD do Ceará, apresentou um projeto de lei no último dia 20 que pode mudar uma prática antiga de produtores rurais: a de fazer marcações para identificar os rebanhos com uso de ferro quente.
A proposta ganhou destaque após a veterinária Fernanda Paula Kajozi gravar e postar nas redes sociais o momento em que marca a ferro o rosto de um bezerro com número de campanha do presidente Jair Bolsonaro, PL. Ela será investigada por maus-tratos pelo Ministério Público do Tocantins e pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária. Com a repercussão negativa, ele apagou o vídeo e negou que o procedimento tenha motivação política.
Apesar da marcação a ferro no gado ser um procedimento antigo e com forte componente cultural, existe um movimento gradual no campo para promover bem-estar aos animais. E a tecnologia é o caminho, inclusive para conquistar mercado e consumidores mais conscientes. Fazendas de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul já implementaram com sucesso um projeto que faz a marcação a partir de brincos afixados na orelha do animal. O objeto funciona como um chip que guarda diversas informações como vacinas.
Mesmo assim o deputado acredita que uma pode acelerar a mudança. “Já não basta todo sofrimento que passam, muitas vezes de serem privados de sua liberdade, ainda têm que ser marcados a brasa”, declarou o deputado reeleito no perfil no Twitter. “Isso tem que acabar!” E continuou: “É evidente que a marcação por ferro candente — causadora de sofrimento desnecessário ao animal — pode ser substituída por outras formas de marcação que causem menos ou nenhuma dor”.
O PL 2.658 de 2022 trata de animais tidos como “de produção” e foi encaminhado à mesa Diretora da Câmera na semana passada. O deputado Célio Studart recebeu 205.106 votos — o terceiro mais bem votado do Ceará na disputa.
Animais recebem identificação mais tecnológica e com menos sofrimento. Foto: pexels
Animais recebem identificação mais tecnológica e com menos sofrimento. Foto: pexels